Por que a bandeira branca significa rendição?

Já viu em algum filme ou desenho animado alguém segurando uma bandeira branca como sinal de rendição? Como essa cor na bandeira tornou-se um símbolo universal? Descubra:

Imagem: Freepik.

Soldados têm usado bandeiras brancas para simbolizar rendição há milhares de anos.

O cronista Livy, da Roma Antiga, escreveu sobre um navio cartagiano adornado com “lã branca e ramos de oliva” como um símbolo para a negociação durante a Segunda Guerra Púnica.

Historiadores tanto da China quanto da Roma Antigas notaram o uso da bandeira branca como sinal de rendição. No Império Antigo, acredita-se que essa tradição tenha surgido no reinado da Dinastia Oriental de Han (25-220 d.C.), embora possa ser ainda mais antiga.

O escritor romano Cornelius Tacitus menciona a bandeira branca da rendição dos vitelianos, levantada na Segunda Batalha de Cremona, em 69 d.C., em sua obra Histórias, publicada pela primeira vez em 109 d.C.

Naquela época, o símbolo mais comum usado pelos romanos para demonstrar rendição era segurar o escudo acima da cabeça.

Na China Antiga (e até hoje, tanto na China quanto no Japão), a cor branca era associada com a morte e o luto. Por essa razão, os soldados podem tê-la adotado para mostrar sua tristeza pela derrota.

Acredita-se que a tradição desenvolveu-se de forma independente no oriente e no ocidente.
Na questão da escolha da cor, foi algo por conveniência para o mundo antigo. Cores artificiais ainda estavam a séculos de distância, então roupas brancas eram mais convenientes.

A cor branca deriva da lã das ovelhas (não o branco azulado e sim aquele mais amarelado, envelhecido). Outras cores derivam de processos de tingimento que encareciam o valor da peça, precisando de pigmentos que poderiam ser raros e difíceis de encontrar, como o roxo, que derivava de um caracol, sendo conhecido como uma cor de tecido usada pela nobreza.

Sem mencionar a alta visibilidade em contraste com a maioria das paisagens naturais. Vexilologistas (pessoas que estudam as bandeiras) também opinam que a cor branca por completo fornecia um contraste óbvio se comparada às bandeiras que os exércitos geralmente carregavam durante as batalhas.

Na história mais recente, a bandeira branca se tornou um símbolo internacionalmente reconhecido não só para a rendição, mas também para iniciar um cessar-fogo e conduzir a uma negociação.

Mensageiros medievais levavam varas e estandartes brancos para se distinguirem dos combatentes.

Soldados de guerras civis balançavam bandeiras brancas de trégua antes de recolher os feridos.

Os vários significados dessa bandeira foram posteriormente codificados nas Convenções de Genebra e Hague, nos séculos XIX e XX. Essas mesmas convenções proibiram os exércitos de usar uma bandeira branca para fingir uma rendição e emboscar tropas inimigas.
  
Os soldados iraquianos, por exemplo, estão cientes de que o simples ato de balançar um lenço branco pode salvar suas vidas e a de seus comandantes.

Na última Guerra do Golfo, por exemplo, muitos oficiais do exército iraquiano forçaram seus recrutas a entregar todo e qualquer item de vestimenta na cor branca que possuíssem, incluindo camisetas e meias, para o caso de se sentirem tentados a se renderem às forças americanas.

Felizmente para os soldados, colocar as mãos acima da cabeça também é uma forma de dizer: “eu me rendo!”.


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